Thiago Inácio: Conheça a história por trás dos nomes de bairros e povoados de Lagoa Alegre

LAGOA ALEGRE

Você já se perguntou alguma vez o porquê de alguns nomes de bairros, povoados e logradouros do município? O Projeto Lagoa Alegre, sim! Por isso, em parceria com o Portal Pôst União, trouxemos as histórias por trás desse fato aparentemente despretensioso.

Quando Lagoa Alegre se tornou independente, em 1992, houve a necessidade de se criar bairros que subdividissem o município. Alguns deles, é verdade, já haviam sido povoados e eram bem conhecidos, outros só surgiram com o tempo. Mas o fato é que a escolha do nome desses lugares sempre desperta nossa curiosidade.

Piçarreira

Maior e mais populoso bairro do município, tem a origem de seu nome atribuída a duas versões. A primeira, e mais sugestiva, diz-se por conta da grande quantidade de piçarra existente no local, de onde se retirava para trabalhos diversos, construções de estradas, entre outros. Outra versão aponta que o responsável pelo nome foi Mundico, de Maria Durica, pois ele tinha parentes que moravam num bairro recém-criado em Teresina, que recebeu o nome de bairro Piçarreira. Por causa disso, ao chegar em Lagoa Alegre, pois esse mesmo nome no bairro.

Bairro Piçarreira (Foto: Arquivo)

Iraque

Já ouviu falar no bairro Iraque? Era assim que se chamava o bairro que hoje leva o nome Canaã e que abrange o espaço por trás da rodoviária municipal. O lugar ficou por muito tempo conhecido assim por conta de um fato curioso. Segundo dizem, o nome foi dado por um camelô que, ao passar pelo bairro vendendo suas mercadorias, sempre ouvia gritos e muita confusão entre os moradores do local. Ele teria dito que naquele lugar havia “mais guerra do que no Iraque”, em referência a Guerra do Iraque, em 2003. Foi por volta desse mesmo ano que o bairro foi delimitado oficialmente, recebendo o nome de Canaã, em menção à Terra Santa trazendo finalmente paz à vizinhança… ou não.

Chafariz do Bairro Canaã (Iraque) – (Foto: Arquivo)

Novo Milênio

O local surgiu na virada dos anos 90 para os anos 2000, dando abertura a um novo milênio, tempo de renovações e realizações para a humanidade. Uma era de revolução tecnológica e de consciência.

São Francisco

O bairro foi adquirido de um sobrinho do grande latifundiário Odorico Marques em cerca de 100 hectares pela Prefeitura Municipal, e teve suas terras doadas ao povo carente, em 1997. Devido a devoção destes ao santo São Francisco, foi assim nomeado.

Cumbucas

O conhecido “bairro dos Cumbucas” leva na verdade o nome de São José. As terras foram adquiridas do grande Aldenor Costa, pela Prefeitura Municipal por volta de 1993, em 5 hectares, e foi também doado aos moradores carentes. O então vereador Claudionor Costa, devoto de São José, formulou um projeto na Câmara para que assim o denominassem. No entanto, o lugar ficou popularmente conhecido como “Cumbucas”, em referência a vasilhas feitos de cabaça pelos moradores antigamente.

Bairro São José (Cumbucas) – (Foto: Arquivo)

Mundocas

O pequeno bairro Mundocas é, ao lado do bairro Piçarreira, o mais antigo bairro de Lagoa Alegre, e recebe o nome graças ao seu primeiro morador Arão Mundoca, que chegou ao local por volta de 1960. Sua família permanece lá até hoje.

Viola

O bairro recebe essa denominação curiosa graças a uma lenda local que conta que antigamente às margens de um riacho que corta aquele lugar, ouvia-se uma triste melodia de viola que era impossível saber de onde vinha. Segundo antigos moradores, o som que ressoava advinha da alma de um violeiro que havia morrido afogado naquelas águas. Devido a isso, o riacho recebeu o nome de Riacho da Viola, e o bairro que surgiu muito tempo depois passou a ser conhecido também assim.

Lagoa do Barro

Diz-se que o primeiro morador deste povoado se chamava Antônio Beleza. À época dificilmente havia casas de taipa que fossem tapadas, normalmente as paredes eram de palha. O senhor Antônio Beleza foi o primeiro a possuir uma casa com paredes de barro, tendo retirado o material de uma lagoa da região. Por isso o local recebeu esse curioso nome.

As terras onde a tal lagoa se localiza foram compradas por Odorico Marques, o qual mandou fazer naquelas margens sua Casa-Grande. Hoje, turistas podem visitar as ruínas da fazenda, além de vislumbrar a paisagem da lagoa do barro.

Lagoa do povoado Lagoa do Barro (Foto: Arquivo)

Um fato curioso é que aquela lagoa que antes era conhecida como Lagoa do Barro passou, a partir dos anos 70, a ser chamada de Lagoa do Carro Quebrado, em decorrência de um acidente com um automóvel que ainda se encontra soterrado no local.

Próximo dali também existe um riacho chamado de “Buraco do Fogoso”, o qual não tentarei explicar o porquê recebe esse nome, embora o nome seja bastante sugestivo.

Recanto das Palmeiras

O nome do local faz referência à fauna. O lugar tem bastante palmeiras de babaçu que misturadas ao verde de outras árvores, conferem um ar paisagístico de beleza e paz. Um verdadeiro recanto.

Morro do Adão

Mais uma localidade que tem seu nome inspirado no folclore local. A denominação vem de uma lenda que conta que existia para as bandas do Ceará um coronel muito rico, que tinha uma única filha, bonita e prendada, chamada Rosa. A moça apaixonou-se por um peão de uma fazenda vizinha, chamado Adão.

O coronel descobriu o namoro de Rosa e Adão e ameaçou matar os dois, pois não aceitava que sua filha tivesse um peão como esposo. O casal apaixonado se encontrava sempre às escondidas, e não suportando mais as ameaças do coronel, resolveu fugir um dia, antes do amanhecer. O coronel, quando soube do acontecido, ficou enlouquecido, e pediu para seus empregados procurassem Rosa por toda parte, mas nada encontraram. O coronel então ordenou que seus capangas fossem atrás de Rosa e que, quando os encontrassem, matassem os dois sem piedade. Então os homens do terrível coronel saíram à procura do casal, e descobriram que eles tinham fugido para o Piauí. Eram mais de vinte homens, divididos por várias cidades do estado, mas foi em uma localidade chamada Lagoa Alegre onde encontraram Rosa e Adão. O casal, cansado da longa viagem, estava dormindo próximo a um morro. Os homens do coronel os acordaram. Rosa e Adão suplicaram para que não os matassem, mas os homens não tiveram piedade e mataram o casal. O lugar é chamado, hoje, de Morro do Adão, devido a esse acontecimento que divide opiniões. Para uns, não passa de lenda. Para outros, fato histórico. Há ainda aqueles que dizem ouvir gritos de desespero e súplica ao passarem pelo local.

Morro do Adão (Foto: Arquivo)

Poços do Gaspar

O povoado antes era conhecido como Canto do Poço, mas em meados do século 20 passou a se chamar Poços do Gaspar por influência da família Gaspar que habitou aquela região.

Lagoa Seca dos Viriato

Embora não se saiba de onde advém a denominação “Lagoa Seca”, a localidade recebeu o complemento “dos Viriato” também por influência dos antigos moradores do local, a família Viriato que se instalou na região no fim do século 19.

Malhada Vermelha

Segundo relatos de antigos moradores, a comunidade recebe esse nome em decorrência dos gados malhados que pastavam à beira da estrada de piçarra. Sendo a estrada vermelha, levantava-se uma poeira que tingia a vegetação em volta, ficando assim conhecida a localidade como Malhada Vermelha.

Chafariz da comunidade Malhada Vermelha (Foto: Arquivo)

Salobro

O povoado em seus tempos mais remotos se chamava “Bom Tempo”, no entanto o novo nome se deu em decorrência da escavação de uma cacimba próximo ao Riacho do Gonçalo, nos terrenos do latifundiário e patriarca da família Trocate, Torquato Machado. O nome se dá em razão das águas da cacimba serem salobras.

Torquato também foi dono da localidade Jacaré, que assim se chama por ter um riacho repleta de pedras “cabeça-de-jacaré”, um termo que no vocabulário sertanejo se refere a pedras grandes com formatos disformes.

Japão

Você sabia que em Lagoa Alegre existe um povoado chamado Japão? O lugar faz fronteira com a já citada Lagoa Seca e o povoado Ponta do Mato. Dizem que recebe esse nome porque é longe como o Japão.

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